Entendendo a dinâmica para ganhos consistentes
Investir em Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) é uma estratégia popular para quem busca renda passiva e diversificação de portfólio. Entre as opções disponíveis, se destacam os fundos de tijolo e os fundos de papel. Mas qual escolher? Vamos explorar as características de cada um e entender como eles podem se encaixar na sua estratégia de investimento.
Fundos de Tijolo: Estabilidade e Crescimento
Os fundos de tijolo são conhecidos por investir diretamente em imóveis físicos, como edifícios comerciais, residenciais, hotéis e shopping centers. A principal vantagem desses fundos é a capacidade de gerar um fluxo de caixa constante e previsível via aluguéis. Tal como um imóvel tradicionalmente alugado por décadas, o fluxo de caixa de um fundo de tijolo tende a ser estável e acompanhar a inflação.

Exemplo Prático: Considere um fundo de tijolo que tradicionalmente paga de 0,4% a 0,5% ao mês em rendimentos, com base em aluguéis de imóveis. Em um cenário de desvalorização das cotas, onde o preço por cota cai significativamente, você pode adquirir essas cotas a um preço reduzido. Suponha que você consiga comprar essas cotas desvalorizadas, enquanto o fundo continua gerando o mesmo valor mensal de aluguel. Em alguns casos atuais o retorno sobre o investimento pode ficar próximo de 1,00% ao mês devido ao menor custo da cota. Isso é o que chamamos de yield on cost!
Yield on cost
Explicação
O “yield on cost” é uma métrica utilizada para avaliar o retorno percentual de um investimento em relação ao custo de compra do ativo. Ou seja, cada investidor possui seu yielld on cost pois depende do valro que ele adquiriu o ativo.
Essa métrica é particularmente útil para investidores de longo prazo que buscam medir o aumento do retorno em relação ao investimento inicial à medida que os dividendos ou rendimentos crescem ao longo do tempo.
Essa situação não só melhora o rendimento mensal, mas também significa que os rendimentos estão “travados” em contratos de aluguel que se ajustam anualmente pela inflação. Assim, investir em fundos de tijolo durante períodos de desvalorização das cotas pode representar uma excelente oportunidade de garantir rendimentos acima da média de mercado, ajustados pela inflação, a longo prazo.
Neste cenário, aproveitar as oscilações de mercado para comprar cotas de fundos de tijolo a preços mais baixos, investidores podem maximizar seus retornos mensais e assegurar uma renda estável e crescente, consolidando o fundo como uma opção atrativa e segura dentro de uma carteira diversificada de investimentos.
Fundos de Papel: Flexibilidade e Rendimento de Curto Prazo
Fundos de papel, por outro lado, investem em títulos de dívida imobiliária, como CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio). Eles podem oferecer rendimentos mais altos no curto prazo, mas vêm com maior volatilidade devido à necessidade de reinvestimento quando esses títulos vencem. À medida que as condições de mercado mudam, as taxas de retorno dos novos investimentos podem variar.
Volatilidade e Risco: A volatilidade nos fundos de papel decorre do vencimento dos CRIs e CRAs, que exigem a assinatura de novos contratos com taxas que podem flutuar conforme o mercado. Isso significa que, embora o rendimento possa ser alto hoje, não há garantia de que permanecerá assim no futuro.
Estratégia de Investimento: Diversificação entre tijolo e papel
Para os investidores, compreender as diferenças entre fundos de tijolo e papel é essencial para uma estratégia bem-sucedida. Enquanto os fundos de papel podem ser usados para aumentar o fluxo de caixa no curto prazo, os fundos de tijolo são ideais para quem busca rendimentos estáveis e previsíveis a longo prazo.
Aproveitando a Desvalorização: Um dos maiores benefícios de investir em fundos de tijolo é a oportunidade de comprar cotas durante períodos de desvalorização. Isso não apenas melhora a taxa de retorno mensal, como também garante um rendimento corrigido pela inflação a longo prazo. Essa flexibilidade e potencial de crescimento fazem dos FIIs de tijolo uma escolha atraente em comparação ao investimento direto em imóveis físicos, que são menos líquidos e mais difíceis de diversificar.
Tijolo ou Papel: Qual Escolher?
A escolha entre fundos de tijolo e fundos de papel não precisa ser exclusiva; na verdade, a melhor estratégia frequentemente envolve a incorporação de ambos os tipos em seu portfólio. A decisão de investir em um ou outro deve ser guiada pelo momento do mercado e pelos limites de diversificação que você estabeleceu. Quando o mercado apresenta uma desvalorização nas cotas de fundos de tijolo, pode ser uma excelente oportunidade para garantir rendimentos estáveis e corrigidos pela inflação. Por outro lado, fundos de papel podem oferecer retornos mais elevados no curto prazo, aproveitando condições favoráveis de juros. Equilibrar esses dois tipos de fundos permitirá que você maximize o potencial de retorno, enquanto gerencia riscos de forma eficaz, garantindo uma carteira diversificada e resiliente.
Não Tenha Pressa
Calma, aproveite os momentos certos! Investir em FIIs é uma forma eficaz de diversificar seu portfólio e garantir uma renda passiva consistente para sua independência financeira. Ao entender as nuances entre fundos de tijolo e de papel, você pode tomar decisões mais seguras e aproveitar melhor as oportunidades de mercado. Fique atento às flutuações de preços e aproveite os momentos certos de compra para maximizar seus retornos.